02 dezembro 2006

Um filme para mudar a sua vida


Assisti o documentário The Corporation, baseado no livro de Joel Bakan The Corporation: The Pathological Pursuit of Profit and Power. Deixa Fahrenheit 9/11 e Supersize me no chinelo. Na verdade deve ser assistido como o principal dos três filmes, nessa tríade de recentes documentários sobre a natureza da civilização capitalista, pós queda do regime comunista e total domínio do American Way of Life.
Baixei da internet o arquivo divx, antes que você pense em me acusar de pirateiro, saiba que é a versão “shareware”do filme, eles colocaram disponível online pra quem quiser assistir. Gostei tanto que se estivesse empregado compraria, vi no site da 2001 vídeo por 40 reais (alias se alguém quiser me dar um presente de natal, olha só que boa idéia ;)
O filme narra o nascimento das corporações, desde o início da revolução industrial, passando pela transformação das corporações em “pessoas”, com os mesmos direitos e deveres de pessoas físicas, aproveitando-se de uma emenda da constituição norte-americana que originalmente criada para defender os direitos de ex-escravos negros, er African-americans, por ironia do destino passou a ser usada pelos advogados das corporações para desenvolver seus interesses.
O filme traça um perfil psicológico das corporações e acaba chegando a conclusão que elas são psicopatas, sim i kid you not, eles conseguem que o mais importante analista psicológico do FBI passe um diagnóstico de psicopatia. Alias o filme é muito bem editado, com inúmeras imagens de arquivo, inclusive impagáveis filmes “educacionais”, entrecortados com entrevistas de feras, mas eu digo feras mesmo, do naipe de Noam Chomsky, Peter Drucker, Milton Friedman, até mesmo Michael Moore. Falando nele, (que se sentiu muito a vontade durante a gravação, nota-se, parece até que ele achava que o filme era dele ;), uma das coisas boas do filme é que apesar de usar o humor, não é exagerado, como Moore costuma fazer em seus documentários, Esse é um daqueles filmes que você assiste e tem uma epifania, ou então você já esta anestesiado demais, vá assistir Tv Fama que você vai gostar mais, e por favor não leia mais esse blog? ;)

30 novembro 2006

Onde o autor infante(infame?) expõe a razão de seu afastamento, os porquês do retorno, menciona Oldboy e Bukowski e puxa o saco de alguns amigos.


Caros amigos e leitores assíduos, confesso, estive sendo um tanto relapso no que se refere à atualização desse blog. (Em outras palavras, estive vagabundeando demais...)
Na verdade estive passando por alguns períodos de ajuste na minha vida pessoal, meu ano horriblis (que já dura quase 2 anos) atingiu um dos pontos máximos nessa última semana, mas não se preocupem, já estou bem melhor e cada vez melhorando, como diz um dos meus personagens favoritos: “Only after disaster can we be ressurected”...
Cometi Sepporkut, suicídio virtual, meu eu Orkutiano não existe mais, e recomendo! Sim, quando terminei o trabalho me senti livre, metaforicamente falando, meu dia ganhou pelo menos meia hora a mais! Chega de ficar fuçando a vida dos outros e ser fuçado, chega de comunidades egocêntricas que começam invariavelmente com “Eu odeio __________ (insira aqui coisa fútil ou insignificante no grande esquema universal) ou “Eu adoro ______________ (idem). Aqui cabe um parêntese, tenho de confessar minha admiração/medo pelo grande Geraldo Anhaia Melo (ou Canibal, seu nom d’plum*), que após o seu colapso nervoso, passou a enviar mensagens para todos em sua lista de amigos do Orkut, descrevendo com detalhes, a sua queda ao fundo do poço, admiro sua coragem, mas tenho que admitir, não queria imitá-lo.
Mas chega de falar de mim e dos meus problemas, só queria deixá-los tranqüilos, prometo que vou escrever mais, alias esse era um dos assuntos que eu queria inserir nesse post, quando eu comecei a escrever esse blog, um dos objetivos era submeter minhas escrivinhações a crítica de familiares e amigos, mas isso acabou nunca acontecendo, tanto que analisando o blog, podemos ver a preguiça e procrastinação vencendo de 99% (é só ver quantos posts preguiçosos de vídeos “engraçadinhos”do Youtube e afins esse blog possuí =P).
Charles Bukowski exprimiu muito melhor do que eu conseguiria (obviamente!) a raiz do problema:

Bukowski On Writing.
if it doesn't come bursting out of you
in spite of everything,
don't do it.
unless it comes unasked out of your
heart and your mind and your mouth
and your gut,
don't do it.
if you have to sit for hours
staring at your computer screen
or hunched over your
typewriter
searching for words,
don't do it.
if you're doing it for money or
fame,
don't do it.
if you're doing it because you want
women in your bed,
don't do it.
if you have to sit there and
rewrite it again and again,
don't do it.
if it's hard work just thinking about doing it,
don't do it.
if you're trying to write like somebody
else,
forget about it.
if you have to wait for it to roar out of
you,
then wait patiently.
if it never does roar out of you,
do something else.
if you first have to read it to your wife
or your girlfriend or your boyfriend
or your parents or to anybody at all,
you're not ready.
don't be like so many writers,
don't be like so many thousands of
people who call themselves writers,
don't be dull and boring and
pretentious, don't be consumed with self-
love.
the libraries of the world have
yawned themselves to
sleep
over your kind.
don't add to that.
don't do it.
unless it comes out of
your soul like a rocket,
unless being still would
drive you to madness or
suicide or murder,
don't do it.
unless the sun inside you is
burning your gut,
don't do it.
when it is truly time,
and if you have been chosen,
it will do it by
itself and it will keep on doingit
until you die or it dies in you.
there is no other way.
and there never was.


Sim, mas chegou a hora, a sincronicidade, o zeitgeist, sei lá? O nervous breakdown deixou seqüelas, e nos últimos dias tenho deixado a auto-crítica, a procrastinação a maldita preguiça de lado e escrevi como nunca escrevi em toda minha vida, a melhor das terapias, o melhor dos exercícios, o purgante mental e espiritual que eu precisava então preparem-se, logo começarei a colocar algumas de minhas escrivinhações aqui para serem criticadas e espero apreciadas.
Olha só que post gigantesco, e eu ainda nem comecei =P
Tenho que mencionar duas pessoas muito importantes, nas quais tenho pensado muito ultimamente em relação à escrita, uma delas é meu amigo Alexandre Gossn, que escreveu um livro maravilhoso, teve a força , a gana (o saco=P) e conseguiu fazer isso em tempo recorde, mas no departamento “Ter um filho” eu ainda estou na frente viu Mr. Gossn? (E eu já plantei uma árvore, graças a Profa. Heloísa e o Dia mundial de Limpeza de Praias e Rios, quer dizer, eu ajudei a segurar a muda e tirei foto do lado da árvore, simbólicamente é o que conta certo?). O outro é o Cláudio “Monster” Passamani, outro amigo que marcou minha vida, e desde que eu me lembre sempre me perguntou quando eu ia escrever um livro
Ele: “Guião, me fala uma coisa?”
Eu: “Yep?”
Ele: “Quando tu vai escrever um livro?”
Eu (com uma risadinha meio irônica meio envergonhada): “Um dia...”
A semana passada asisti um filme Coreano muito bom, chamado Oldboy (procure na locadora mais próxima, pode asistir que é bom! La garantia soi jo!). Não vou perder tempo explicando a história, assista, estou falando sério, mas voltando ao assunto, uma das frases do filme vai entrar para a história (a minha história =P). Basicamente, depois de ficar preso num uqarto de hotel sem saber porque, durante 15 anos, o protagonista saí de sua prisão e logo arruma briga com uns caras maus na rua, antes de partir pra cima você ouve a voz dele em off “Será que 15 anos de treinamento fictício valem alguma coisa?” Sim, valem.
Eu me pergunto, será que 25 anos de treinamento como leitorvalem de alguma coisa para um escritor? I hope so...

*Com certeza escrevi errado, sabem como eu sei? Primeiro porque meus 3 anos de francês no Carmo foram ineficientes, segundo porque eu procurei no Google e achei um site polonês onde o cara escreveu assim, mas como estou com preguiça e quero que se foda, vou deixar assim mesmo, portanto caros amigos francofônicos (i.e Maurice e Michel) eu sei que esta errado, não fiquem putinhos =P (Ok ok! Nom D’Plume! Melhorou?).

PS: a foto é do Bukowski, se quiser saber mais sobre ele dê uma olhada aqui