A alguns anos li um livro desses livros que mudam sua vida, intitulado Zen e a Arte da Manutenção de Motocicletas : Uma investigação sobre valores, o livro reconta uma viagem de Moto feita por pai e filho, pelas estradas secundárias do meio-oeste americano. Essa é uma das facetas do livro, a outra, em minha humilde opinião, mais instigante, é a tentativa de reconciliação do não-racionalismo oriental com a dialética objetiva/subjetiva ocidental.
O Engraçado é que Robert M. Pirsig, o autor do livro, relata sua busca em tentar definir o conceito de “Qualidade” (assim mesmo com Q), segundo ele “Qualidade” e “Valor” não podem ser definidos, pois precedem quaisquer construções intelectuais, inclusive o amado método empírico, adorado pela civilização ocidental, o tal do “método científico”.
Pirsig acredita que “Qualidade” é a força fundamental do universo, a evolução, tanto biológica, material, inclusive a evolução mental são produtos e resultados da Qualidade.
Essa filosofia da Qualidade, procura enxergar o mundo sem a racionalização, tão presente na visão ocidental, porém ele não abandona a lógica, tão pouco a razão, como faz o Zen-Budismo.
Não foi a primeira tentativa de tentar aproximar a visão oriental da ocidental (tampouco acredito, será a última), mas de qualquer forma, mesmo que a discussão filosófica seja um pouco densa, só pela descrição da viagem de pai e filho vale a pena.
Li o livro de novo semana passada e numa daquelas “coincidências” (alias, não acredito em coincidências, acredito em sincronicidade) o Guardian publicou o que Pirsig clama ser sua última entrevista no dia em que terminei de ler.
Lendo a entrevista descobri algumas coisas novas sobre o autor, que Robert Redford tentou comprar os direitos para fazer um filme e Pirsig negou, a entrevista revela também que Pirsig teve um colapso nervoso e foi internado num hospital psiquiátrico. Mas achei muito interessante a descrição de sua relação com o filho, que infelizmente, poucos anos após a publicação do livro, foi assassinado em frente ao centro Zen em San Francisco, seu nome era Chris.
Infelizmente a entrevista esta em inglês, mas recomendo a todos esse livro, disponível em português, para todos que se sentem confusos, que sentem um vazio de propósito e ou espírito em nossa sociedade de “informação”.
03 dezembro 2006
Zen e a Arte de Manutenção de Motocicletas
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